A indústria cerâmica no Brasil gera em torno de 900 mil empregos diretos e indiretos e com um faturamento de 18 bilhões de reais ao ano, ela responde por 4,8% da indústria de construção civil do país. Por isso, as matérias primas são consumidas na produção de artefatos cerâmicos em grande quantidade e em larga diversidade. Então, serão discutidos aspectos técnico-econômicos sobre cerâmicas estruturais, brancas e cerâmica de revestimento, assim como seus produtos e matérias primas utilizadas.
As cerâmicas estruturais também são chamadas de cerâmicas vermelhas devido à cor de seus produtos (tijolos, telhas, vasos ornamentais, etc.). Estima-se que há cerca de 11.000 empresas no Brasil, neste setor, com um faturamento na faixa de R$ 2,8 bilhões. Ainda que sejam números significativos, a realidade é que as técnicas empregadas na produção são muito antigas e carecem de atualizações, afim de aumentar a qualidade e produtividade dos processos. A matéria prima empregada neste seguimento é basicamente argila comum. É feita uma mistura de argila com alta plasticidade, granulometria fina, composta de argilominerais, com uma argila rica em quartzo e menos plástica.
As cerâmicas brancas compreendem uma grande variedade de produtos, entre eles, louças, porcelanas, sanitários e porcelanas técnicas. Esses estão classificados quanto à capacidade de absorção de água pelo corpo cerâmico. Porcelanas são as cerâmicas brancas as quais não absorvem água (até 0,5%), Grês absorvem pouca água (0,5% a 3%) e Faiança são estruturas mais porosas (acima de 3%). As cerâmicas brancas são compostas basicamente por argila plástica e caulim, quartzo e feldspato. A pureza dessa mistura varia de acordo com a classificação exposta anteriormente (sendo a porcelana mais pura e a faiança menos). O Brasil se destaca no setor de sanitários, sendo o segundo maior produtor mundial desse produto.
As cerâmicas de revestimento tratam-se dos azulejos, ladrilhos e pastilhas. É um segmento em que é possível maior automação, permitindo um crescente desenvolvimento e, consequentemente, um alto volume de produção. Estes fatores implicam num expressivo consumo de matérias primas, tais como argila fundente e plástica, caulim e quartzo, por exemplo.
A indústria de cerâmica no Brasil vem crescendo nos últimos anos e esse fator acarreta numa maior necessidade de matérias primas, as quais devem ser supridas por seus fornecedores. Há também orientação para produtos de maior resistência mecânica e menor porosidade. O desafio está nas mineradoras em conseguir suprir essa demanda, fornecendo minérios padronizados a custos baixos e respeitando as exigências ambientais.
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Referências
MOTTA, J. F. M.; ZANARDO, A.; JUNIOR, M. C.; As Matérias-Primas Cerâmicas. Parte I: O Perfil das Principais Indústrias Cerâmicas e Seus Produtos. Cerâmica Industrial, 2001.